Compreensão escrita: guia completo para fonoaudiólogos
A compreensão escrita é o objetivo final da leitura: ler para entender. Ela mobiliza tanto as habilidades de decodificação, o vocabulário, os conhecimentos gerais e as capacidades inferenciais. Algumas crianças decodificam corretamente, mas têm dificuldade em entender o que leem. Este guia apresenta os processos de compreensão e as estratégias de intervenção.
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Textos com perguntas, estratégias de leitura, exercícios de inferências
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Processos de compreensão escrita
Compreender um texto implica construir uma representação mental coerente do conteúdo. Isso requer:
- Decodificação fluente: ler as palavras sem esforço
- Vocabulário: conhecer o significado das palavras
- Sintaxe: entender a estrutura das frases
- Inferências: deduzir o que não é explícito
- Conhecimentos gerais: ativar os esquemas relevantes
- Autocontrole: monitorar sua própria compreensão
Dificuldades de compreensão
Perfis de dificuldades
- Problema de decodificação: a leitura trabalhosa impede a compreensão
- Problema de compreensão pura: decodificação correta, mas dificuldade em construir o sentido
- Problema misto: as duas dificuldades
Causas possíveis
- Vocabulário insuficiente
- Dificuldades de compreensão oral (base da linguagem escrita)
- Dificuldades inferenciais
- Memória de trabalho limitada
- Falta de conhecimentos sobre o assunto
- Ausência de estratégias de leitura ativa
Avaliação
- Compreensão oral: verificar a base linguística
- Fluência de leitura: a decodificação é suficiente?
- Perguntas literais: informação explícita no texto
- Perguntas inferenciais: informação a deduzir
- Recordação do texto: contar o que leu
Estratégias de intervenção
💡 Estratégias de leitura ativa
- Antes: ativar os conhecimentos, antecipar, estabelecer um objetivo
- Durante: visualizar, fazer perguntas, estabelecer conexões
- Depois: resumir, reagir, avaliar sua compreensão
Eixos de trabalho
- Vocabulário: enriquecer o léxico
- Inferências: treinamento explícito
- Estrutura do texto: identificar as informações importantes
- Metacognição: monitorar sua compreensão, reler se necessário
- Visualização: fazer um filme mental
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Perguntas frequentes
Esse é o perfil do "bom decodificador, fraco compreendedor". As causas podem ser: vocabulário insuficiente, dificuldades inferenciais, falta de conhecimentos gerais, dificuldade de compreensão oral subjacente, ou ausência de estratégias de leitura ativa. Uma avaliação fonoaudiológica identificará a causa.
Se a decodificação é trabalhosa, deve-se primeiro torná-la fluente, pois ela "bloqueia" a compreensão. Mas pode-se trabalhar a compreensão oral em paralelo (textos lidos para a criança). Quando a decodificação é fluente, trabalha-se a compreensão escrita especificamente.
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